Domingos Paciência foi um dos jogadores que mais vezes representou o FC Porto (381) enquanto Pinto da Costa era presidente do clube, um percurso iniciado em 1987, graças ao olho que o antigo dirigente tinha para a formação.
«Comecei no FC Porto com 13 anos», conta Paciência ao Sphera Sports, «uns anos mais tarde é que estava nos juniores (com 17 anos) e assinei o meu primeiro contrato profissional. O Pinto da Costa era o presidente e tinha a capacidade de ver quem éramos e quem podíamos ser. Valorizava a qualidade dos jovens, não só no meu caso, aconteceu com muitos outros jogadores. Saber escolher era uma grande faculdade que ele tinha.»
Domingos recorda assim as várias vezes em que Pinto da Costa o manteve no FC Porto, apesar de outras ofertas, talvez, mais aliciantes: «Quando estava a fazer a transição da formação para a equipa principal, havia muitas equipas secundárias que queriam contratar-me e ele nunca quis deixar-me sair.»
«Mais tarde, depois de ter feito boas épocas com Bobby Robson, houve ofertas de clubes como o Inter e o PSG, que era treinado por Artur Jorge, e também do Deportivo da Corunha. Ele sempre me disse que eu era importante para ele e para o clube. E não são apenas palavras, porque sou um dos onze jogadores que mais jogaram na equipa durante a sua presidência», conta Paciência.
Pinto da Costa impediu Paciência de assinar pelo Sporting
Eventualmente, chegou a altura do jogador que marcou 143 golos pelo FC Porto «deixar a equipa e de ir para Espanha, o que não foi fácil». «Estivemos a negociar durante um dia inteiro, até às quatro da manhã. Ele não me queria vender, até chegámos a apalavrar a minha renovação. Cheguei a casa e telefonei-lhe a insistir e ele disse-me: “Está bem, então vai”. Disse-me com tristeza.»
Depois de dois anos na Corunha, Paciência quase regressou a Portugal, graças a uma proposta do Sporting. Coube a Pinto da Costa intervir outra vez: «Dois anos depois, estava próximo de assinar pelo Sporting e ele ligou-me para dizer que não podia dar esse passo e voltei atrás. Não podia dizer que não e regressei em 1999.»