O Sporting estava a viver um momento incrível, em todas as frentes, e do nada, tem Benfica e FC Porto à perna, na luta pela liderança do campeonato, sofre na Europa e precisou de prolongamento para seguir em frente na Taça De Portugal.
A grande mudança entre uma equipa a viver um momento incrível, para este nervosismo atual da mesma equipa é a saída do treinador.
Na Gala dos Prémios Stromp, o presidente Frederico Varandas apontou-lhe o dedo.
“No final da época passada, Ruben Amorim, um dos melhores treinadores da história do Sporting, informou-nos que seria o momento de terminar o ciclo. Queria terminar com o bicampeonato. Preparámos o grupo para isso e assim arrancámos a época, como terminámos a anterior, com uma máquina afinada. Um grande clube europeu chegou e o nosso treinador aceitou. A partir daqui, tudo o que estava planeado, mudou. Tínhamos planeado um fim de ciclo? Tínhamos. Seriam três campeonatos em cinco anos… O nosso treinador iria, depois, aceitar um novo projeto. O Sporting iria proceder a uma modificação. Iríamos iniciar um novo ciclo: terminar a época, sair dois, três jogadores, entrar cinco, seis, entrar um novo treinador e iniciar um novo processo, mesmo com dores de crescimento.
O Sporting não escolheu o timing do fim desse ciclo. A verdade é que em novembro o nosso treinador deixa o Sporting…. O que aconteceu ao Sporting, nunca aconteceu em Portugal… É a primeira vez que um treinador saiu, por sucesso, a meio de uma época. Muitos treinadores saíram para ligas e projetos superiores, mas nunca um clube perdeu um treinador a meio da época.
Sabíamos que era difícil substituir o segundo treinador com mais títulos. Podíamos antecipar o plano. Podíamos trazer alguém de fora, mas com 7 jogos em 26 dias, não iria ter tempo para treinar. Sabíamos, sobretudo, o grupo que temos, um grupo que ganhou tudo e de forma ímpar em Portugal. Iriam ter dificuldade em entender alguém que dissesse: agora vamos jogar assim e jogar assado. Entre prós e contras, antecipámos João Pereira. Um treinador que não tem tempo. Tem uma máquina afinada à qual tem de se adaptar. Vou carregar este convite para o resto da minha vida, como o convite mais ingrato e o presente mais envenenado para um treinador. O clube não queria que fosse este momento, o João Pereira não queria que fosse este momento. Mesmo sabendo que posso sacrificar um treinador, um jogador, um treinador ou um presidente, vou sempre fazer o que considero melhor ao Sporting”, disse Frederico Varandas, visivelmente incomodado com a decisão de Ruben Amorim em rumar a Manchester.