O adeus ao FC Porto há muito que foi assumido por todas as partes, mas, para todos os efeitos, hoje termina a ligação contratual de Pepe e Sérgio Conceição com os azuis e brancos. O capitão e o treinador que mais épocas seguidas esteve no comando da equipa seguem outros caminhos. Ao cabo de sete anos à frente da equipa e 11 troféus conquistados, Sérgio Conceição deixou cair a renovação de contrato que tinha acertado com Pinto da Costa até 2028, dois dias antes das eleições para os Órgãos Sociais do FC Porto.
A renovação do contrato de Sérgio Conceição bem como de Pepe foi entendida como uma tentativa desesperada de Pinto da Costa de inverter a tendência de voto dos associados, quando se tornou claro que Villas-Boas tinha conseguido, ao longo da campanha, mobilizar significativo número de apoiantes e que as hipóteses de vencer eram grandes. O contrato assinado com Pepe, que contemplava mais uma temporada, não foi registado na Liga e o de Conceição acabou revogado depois de uma conversa com Villas-Boas, em que o treinador ficou a saber que o seu adjunto, Vítor Bruno, estaria bem posicionado para assumir a sucessão – o que se verificou
Razões de natureza financeira tiveram peso na saída de treinador e capitão. Caso cumprisse os quatro anos de vínculo, Conceição iria ganhar €28 milhões (€7 milhões/época) enquanto o ordenado de Pepe ascendia aos €3 milhões. Desde que Villas-Boas apresentou a sua ideia para a estrutura do futebol, liderada por Zubizarreta, o esvaziamento da influência do treinador nas decisões fazia antever o divórcio.